A cada cinco pessoas de 18 anos ou mais, quatro afirmaram, em 2019, usar sempre o cinto de segurança no banco da frente quando dirigiam ou andavam de automóvel. Este índice, de 79,7%, é menor quando se considera o uso de cinto no banco de trás do carro: 54,6%. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde 2019 – Acidentes, Violência, Doenças Transmissíveis, Atividade sexual, Características do trabalho e Apoio social, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica – IBGE , e que tem parceria com o Ministério da Saúde.
Embora disseminado no país, o uso do cinto de segurança no banco da frente sofre importantes variações dependendo do recorte. Homens são um pouco mais resistentes à medida: 77,7% declararam usar sempre contra 81,5% das mulheres. A diferença no aspecto etário é ainda maior.
Jovens usam menos o cinto no banco da frente, já que o menor percentual foi constatado entre pessoas de 18 a 29 anos, com 71,1%, e a maior taxa entre as pessoas de 60 anos ou mais, 84,8%.
No recorte por área, a distância se acentua. Na área urbana, 82,6% afirmaram adotar a prática, enquanto na área rural, a taxa cai para 61,1%.
Regionalmente, os menores índices foram no Norte (69,5%) e no Nordeste (69,7%), enquanto os maiores foram no Sudeste (85,4%), Sul (84,6%) e Centro-Oeste (81,8%).
“Há uma adesão consistente ao uso de cinto de segurança no banco da frente desde a implementação do Código de Trânsito Brasileiro, em 1997, quando passou a ser obrigatório. No geral, as pessoas incorporaram esse hábito de segurança em seu cotidiano”, afirma a analista da pesquisa, Flávia Vinhaes, ressaltando as diferenças nos recortes.
Já para o uso de cinto no banco de trás, a aceitação é menor.
E, segundo a pesquisa do IBGE, o índice cai ainda mais na área rural (49,7% contra 55,4% na área urbana). As diferenças regionais também são relevantes: a menor taxa é no Norte (43,4%) e a maior, no Sul (67,5%), uma diferença de mais de 20 pontos percentuais.
Menos motociclistas do Norte e do Nordeste usam capacete
A pesquisa mostra também que, entre as pessoas que informaram dirigir motocicleta, 82,6% sempre usavam capacete. O índice é mais alto na faixa de pessoas com maior escolaridade, chegando a 91,6% entre quem tem nível superior completo, ao passo que entre aquelas sem instrução ou com fundamental incompleto é mais baixo (74,4%) do que a média nacional. Assim como o uso do cinto, também há uma nítida distinção no hábito de utilização do capacete entre pessoas residentes na área rural (60,7%) e na urbana (89,2%).
Dentre as regiões, o Sul (95,7%), o Centro-Oeste (95,0%) e o Sudeste (94,4%) tiveram os maiores percentuais de uso do capacete. Já as regiões Norte (69,5%) e Nordeste (68,6%) registraram as menores proporções.
Acidentes de trânsito
Mais da metade (59,5%) dos acidentes de trânsito que resultaram em lesões corporais foram com quem dirige moto. Enquanto os automóveis responderam por 31,0% dos acidentes. Em 9,5% das vezes, o acidente ocorreu em outros meios de transporte, como bicicleta, ônibus ou caminhão.
Em 2019, cerca de 3,9 milhões de pessoas, ou 2,4% da população, afirmaram ter sofrido acidente de trânsito no período dos 12 meses anteriores à entrevista. No Norte (3,4%) e no Centro-Oeste (3,2%) o percentual é acima da média nacional.
Entre as pessoas que se envolveram em acidente de trânsito com lesão, quase metade (48,2%) deixou de realizar atividades habituais. Já 60,6% receberam algum tipo de assistência de saúde devido ao acidente, enquanto 14,9% tiveram sequela física permanente em decorrência do acidente, dos quais a maioria eram homens (63,3% contra 36,7%).
“Os acidentes de trânsito são uma das principais causas de mortes no mundo. Portanto, são um problema de saúde pública. As lesões decorrentes desses acidentes causam sequelas como incapacitação motora. É fundamental que as pessoas utilizem os equipamentos de segurança para reduzir esses impactos”, diz Vinhaes.
Também de acordo com a pesquisa, 70% dos motoristas afirmam que nunca manuseiam o celular durante a direção. No entanto 30% o faziam, seja raramente (13,9%), às vezes (10,6%), quase sempre (2,4%) ou sempre (3,1%), incorrendo em risco de acidente.
As informações são da Agência IBGE de Notícias
FONTE: Portal do Trânsito