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Aumenta o número de brasileiros que admitem beber álcool e dirigir

 Dez anos após a implementação da Lei Seca, um dado chama a atenção: de 2011 a 2017, a frequência de adultos que admitem conduzir veículos motorizados após terem ingerido qualquer tipo de bebida alcoólica aumentou 16% em todo o país. No conjunto das 27 cidades, 6,7% da população adulta referiram conduzir veículo motorizado após consumo de bebida alcoólica. Os homens (11,7%) continuam assumindo mais essa infração do que as mulheres (2,5%)

As informações fazem parte da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais do país. O resultado reflete respostas de entrevistas realizadas de fevereiro a dezembro de 2017 com 53.034 pessoas maiores de 18 anos.

A Diretora de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Fátima Marinho, explica que, pela pesquisa, observa-se prevalentemente que os homens continuam a se arriscar mais do que as mulheres.

“Esse é um perfil mundial, mas que no Brasil agrava a situação devido à infraestrutura que o país oferece aos condutores. É necessário ser mais prudente, pensar que os acidentes de trânsito podem matar e causar graves sequelas. Da mesma forma, os governos também precisam rever como podem tornar as vias melhores e mais seguras”, enfatizou.

A maior prevalência foi observada entre os adultos de 25 a 34 anos (10,8%), e com maior escolaridade, chegando a 11,2% entre aqueles com 12 ou mais anos de estudo. A capital com menor frequência desse comportamento foi Recife (2,9%), e a maior foi Palmas (16,1%). Com relação ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas, a prevalência sofreu alta de 11,5% entre 2006 (15,7%) e 2017 (19,1%).

Observando por sexo, o aumento foi encontrado apenas entre as mulheres, subindo de 7,8% em 2006 para 12,2% em 2017. Entre os homens houve estabilidade no período, mas eles continuam tendo maior prevalência que as mulheres, com 27,1% em 2017.



Consumo excessivo de álcool
A Vigitel 2017 considera consumo abusivo a ingestão de quatro ou mais doses de bebidas alcoólicas para mulheres, ou cinco ou mais doses para homens, em uma mesma ocasião dentro dos últimos 30 dias.

Analisando por faixa etária, o consumo abusivo de bebidas alcoólicas cresce em todos os estratos, exceto entre os adultos mais jovens (18 a 24 anos), onde há estabilidade de 2006 a 2017. Por escolaridade, no mesmo período, só foi observado aumento entre os adultos com 12 ou mais anos de estudo, sendo estável entre os demais.

Em 2017, o consumo abusivo de bebidas alcoólicas foi de 19,1%, variando entre 13,7% em Manaus e 25,7% no Distrito Federal. A prevalência é maior entre os homens (27,1%), quando comparado às mulheres (12,2%).

A frequência reduz com a idade, sendo de 27,7% entre os adultos com 25 a 34 anos, 15,8% entre aqueles com 45 a 54 anos e 3,0% entre aqueles com 65 anos e mais. Com relação à escolaridade, o grupo com até 8 anos de estudo apresenta a menor prevalência (13,8%), quando comparado aos demais grupos (20,2% entre aqueles com 9 a 11 anos de estudo; 22,8% entre aqueles que estudaram 12 anos e mais)

Dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) apontam que 32.615 pessoas morreram devido a acidentes de trânsito em 2017. O número representa queda de mais de 13% em relação à 2016, quando foram registrados 37.345 óbitos. Neste mesmo ano, dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) foram registradas 181.021 internações devido aos acidentes de trânsito. Os procedimentos custaram aproximadamente R$ 260 milhões.

Vida no Trânsito
Lançado em 2010, o Projeto Vida no Trânsito é uma iniciativa do Ministério da Saúde voltada para a vigilância e prevenção de lesões e mortes no trânsito e promoção da saúde, em resposta aos desafios da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de Ações pela Segurança no Trânsito 2011 – 2020.

O foco são ações em fatores de risco como a mistura álcool/direção e a velocidade excessiva dos condutores, além de outros fatores ou grupos de vítimas identificados localmente a partir de análises dos dados, especialmente acidentes de transporte terrestre envolvendo motociclistas.

O projeto está presente em todas as capitais e municípios com mais de 1 milhão de habitantes, além dos municípios de Foz do Iguaçu e São José dos Pinhais, no Paraná. Por mês, o Ministério da Saúde repassa valores que variam de R$15.000,00 a R$ 21.000,00 de acordo a critérios populacionais, a partir da adesão.

O principal foco dessas ações se dá por meio de intervenções prioritárias em dois fatores de risco: “álcool e direção” e velocidade excessiva e/ou inadequada. Outros fatores,como o uso de cinto de segurança, aprimoramento da legislação, aumento da fiscalização de “beber e dirigir”, uso de capacete, transporte urbano sustentável e melhoria da infraestrutura viária, além de grupos de vítimas mais vulneráveis, como os ciclistas, pedestres e motociclistas, também são considerados.








Fonte: Portaldotransito

7 de junho de 2018

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